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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Em uma pesquisa efetuada recentemente por mim mesmo (Fernando Rüeckl), mostrou que a maior parte (3 em cada 4 pacientes) de quem sofre da Síndrome do Pânico, Fobia Social e Transtorno de Ansiedade Generalizada sofrem ou já foram acometidos ao Bullying.
Em todos os tempos se presenciou na escola, ou mesmo nos cursos complementares, alunos que são chacoteados pelos colegas o tempo todo com brincadeiras muito desagradáveis, fazendo com que estes não tenham a menor possibilidade de reagir ou mesmo reclamar. O escolhido do grupo faz de conta que não liga, brinca um pouco para disfarçar a vergonha, até pede para os colegas darem um tempo, mas nada adianta: ele é a bola da vez e nada pode mudar isso.

A situação é clássica: se o alvo da chacota se irritar ou reagir, a chateação vai aumentar ou mesmo piorar, e isso o aluno percebe logo no início e se ele fizer de conta que não está nem aí ou que não se importa, o grupo vai "caprichar" na atormentação para provocar alguma reação.


Este comportamento é chamado de Bullying e sua definição compreende todas as formas de atitudes agressivas, repetidas e intencionais que ocorrem sem motivação aparente adotadas por um ou mais estudantes contra outro. Essas atitudes causam angústia e dor e são mantidas dentro de uma relação desigual de poder através de apelidos, ofensas, gozações, provocações, humilhações, exclusão, isolamento, intimidação, perseguições além de tiranizar, aterrorizar e ferir o aluno através de chutes, tapas, roubos e outras ações de caráter violento.

A maioria das escolas nega que isso acontece em suas salas. Dizem que isso é coisa da idade, que os colegas só estão brincando, que não podemos levar a sério as brincadeiras de mau gosto. Claro que em muitos momentos os alunos são inadequados uns com os outros sem a intenção de magoar; as brincadeiras passam dos limites; os apelidos são carinhosos ou nem tanto, mas não ofendem de fato, e isso é coisa da idade sim.
Mas do que estamos falando é do apelido jocoso, da brincadeira que ofende e deprecia e acontece todos os dias, do prazer mórbido que os colegas sentem em maltratar o outro e de vê-lo sofrer e, com isso, se sentirem "poderosos" e "donos" do colega; da humilhação perante as risadas e da exclusão declarada dos grupos que marca o ano escolar do começo ao fim.
Não existe regra definida para se ser alvo de Bullying, todos são alvo em potencial. Basta marcar por qualquer diferença ou ter alguma dificuldade, ou mesmo, ser uma pessoa mais sensível. Todos podem ser escolhidos e não basta estar integrado em um ano escolar, pois, no ano seguinte, por qualquer razão, o integrado pode ser o escolhido.
Os autores deste tipo de comportamento são normalmente aqueles indivíduos que dispõem de poucos recursos emocionais, não se sentem queridos, não têm uma família estruturada, se sentem abandonados e menosprezados e este modelo normalmente é aprendido com seus pais e parentes.
Para estes indivíduos, a pratica do Bullying é, de alguma forma, motivada pela necessidade de incluir alguém em sua realidade mesmo que precariamente, pois não desfruta de um aparato atraente, tanto emocional quanto intelectual, para atrair e manter as pessoas ao seu lado de uma maneira positiva e honesta. Existe uma grande possibilidade de, na maioria dos casos, este indivíduo se manter violento e infeliz e sem possibilidade de se relacionar adequadamente, podendo se marginalizar.
O alvo do Bullying é sempre escolhido a dedo, pois conta com alguma característica que o diferencia do grupo que já seria suficiente para este indivíduo se sentir isolado ou mesmo descriminado.
O excesso de peso corporal, a altura, a inteligência ou a dificuldade intelectual, a beleza ou a falta dela, a magreza, a condição financeira, os problemas de saúde, a maneira de se vestir, de se arrumar, de se relacionar, a profissão dos pais - que pode ser vista como de pouco sucesso -são fatores que podem levar um indivíduo a se tornar um bom alvo para o Bullying.
Mas o que potencializa definitivamente uma pessoa a se tornar  alvo é a fragilidade emocional associada a diferença de padrão. Estar fora do padrão exige um fortalecimento dos recursos emocionais para enfrentar as reações dos colegas e, muitas vezes, o indivíduo acaba sucumbindo e se abatendo, o que gera um empobrecimento de sua auto-estima e o impede de procurar ajuda ou reagir. Com isso, a insociabilidade e a passividade aumentam fazendo despencar tanto o rendimento escolar, quanto a freqüência e interesse na escola.
Este quadro pode levar os jovens a desenvolverem uma série de doenças emocionais ou físicas devido ao stress a que estão expostos diariamente entre elas: depressão, síndrome do pânico, gastrite, colite, asma, bronquites e distúrbios alimentares.
Como podemos perceber, carrasco e vítima traduzem suas fraquezas em atitudes opostas estabelecendo uma relação de co-dependência aterrorizante. Essa situação vivida no ambiente escolar e de lazer é capaz de contaminar, ou mesmo, inviabilizar todos os desdobramentos que as relações grupais são capazes de favorecer como, por exemplo, as escolhas futuras e a profissão.
Para que esse tipo de conduta seja neutralizada nas escolas deve haver um esforço de pais e orientadores, pois os danos aos alvos são muito severos. Os pais devem avisar professores e orientadores se suspeitarem que seus filhos sejam vitimas do Bullying e não devem permitir que a questão seja mal investigada ou sub-valorizada, pois é muito difícil para as escolas admitirem esta situação.
Aprendizagem é um processo muito difícil que deve promover a apreensão dos fatos, do conhecimento e da possibilidade de ser feliz e a vivência traumática não deveria fazer parte do pacote que contratamos na escola.

Fonte: Revista SIM

1 comentários:

Fernando Rüeckl disse...

Esqueci de comentar que uma pesquisa recente mostra as universidades de São Paulo como as campeãs no Brasil na prática do bulliyng.

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